domingo, 30 de dezembro de 2007

Exposição FIEMG - Ouro Preto




Pinturas de José Efigênio Pinto Coelho no espaço FIEMG - Ouro Preto de 01/12 a 16/12/2007







sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O BRASIL NÃO É O PAÍS DO FUTEBOL

É muito comum ouvir: “O Brasil é o país do futebol.” Mas não é bem assim. O Brasil não é o país do futebol. Para jogar bola o cidadão tem que ser craque, bom de bola não basta. Como seria bom se o Brasil fosse o país do futebol! Não dá para enganar se não souber jogar bola, tanto o técnico quanto o jogador não continua no time, tem que ter qualidade; gol é gol. Não basta ser filho de Pelé, para jogar no Santos, tem que provar que é bom de bola e chega de lero lero. A famosa expressão QI (quem indica) no futebol não funciona. Não adianta ser amigo do diretor, conhecer o presidente, almoçar com o ex-craque, que no futebol não se arranja vaga para quem não sabe jogar bola, e pronto!
O Deputado tem um parente, o Senador tem um neto, o Assessor um genro, tudo isto dá certo fora dos gramados, pois, nos quatro cantos tem que correr e produzir, não tem motorista particular e nem suplente. Não adianta recorrer, pois se passar pelo dirigente, a torcida pede o pescoço do infeliz. Futebol é coisa séria, coitado do diretor que enganar a torcida, até a sua casa é depredada. Se o árbitro for comprado e prejudicar um time, nunca mais o imbecil será esquecido, a torcida tem memória longa.
As cores da camisa têm mais força que qualquer remédio, se o time não ganha, veste-se a camisa para mostrar que nada aconteceu, não se abala. Se o time ganha, veste-se a camisa para mostrar que são os melhores e ninguém pode com a gente. Mas anda-se, lado a lado, pessoas com camisas diferentes. Respeita-se o adversário, cada um com sua escolha, só não podem misturar as cores, preto é preto, azul é azul, vermelho é vermelho...
Religião e política, não se discutem, pois futebol se discute, e muito, são milhares de jornalistas em todo tipo de imprensa: jornais, televisão, rádio e internet, os mínimos detalhes são esmiuçados; a venda do jogador, quem comprou, quanto pagou, para onde ele vai, qual foi o seu gol mais bonito, seu primeiro time, sua primeira mulher, onde mora sua mãe, quem foi seu pai, quem ele namora atualmente, tipo de namorada, o que ele faz com o dinheiro, se ele é arrimo de família, se ele é feio, se ele está com uns quilinhos a mais, tudo, tudo vem a tona no futebol. Nada fica debaixo dos panos ou termina em pizza.
Não cobra dos jogadores boa aparência; pode ser negro, índio, mestiço, branco, feio, perna torta, cabelo encaracolado, nariz torto, dente disformes, sem estudo, pouca inteligência, qualquer tamanho. Tudo passa, se ele for um talentoso jogador, é o que interessa. Se ele cai em campo, imediatamente, aparece um médico com o seu auxiliar, o diagnóstico é feito na hora. Se houver lesão em uma semana está curado, se quebrar um osso da perna em dois meses está perfeito. Tem as melhores clínicas a seus dispor. Os melhores médicos e terapeutas. Ah! Se o Brasil fosse o país do futebol.
E os estádios, são mais bem construídos que qualquer templo. São bem localizados, têm amplos estacionamentos, seguranças, avenidas desobstruídas, sempre, bem cuidadas, senão a crítica cai em cima. Não pode faltar luz, nem água. São mais importantes que as universidades, pois lá dentro estão correndo os futuros homens deste país: Ministros, Deputados, Embaixadores, Prefeitos, Vereadores...
Ao contrário do futebol, este país caminha com seus vícios. Onde a preocupação com a qualidade não é redundante, a saúde não tem pressa, e os apadrinhados dominam os empregos de grande importância. É um país, onde se exige boa aparência e a competência do cidadão fica para o segundo plano. Não temos torcidas e sim um povo de memória curta. Como seria bom! Se este país fosse o país do futebol...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O DIAMANTE DE DIAMANTINA

A cidade de Diamantina está num planalto formado de quartzito onde se forma a bacia do rio Jequitinhonha. Desta vez cheguei a esta linda e clara cidade vindo pelo caminho do Serro Frio. Por esta rota se chega a Diamantina por cima, contorna a serra, e sai na parte baixa. Uma visão bem diferente de quem vem pelo asfalto passando por Curvelo. É um percurso antigo e mostra o quanto esta chapada é árida com uma natureza exuberante onde os vegetais brotam nas rochas duras e nuas. Neste ambiente passa em grande velocidade o rio Jequitinhonha, ou o rio Dos Diamantes. Antes de chegar à cidade de Diamantina, o rio Jequitinhonha se mostra numa estreita garganta que o homem aproveitou para atravessar, fazendo uma harmoniosa ponte de onde se pode admirar o fino gosto daqueles que escolheram esta região para viver.
Esta viagem fiz de carro, o que torna a viagem mais prazerosa. Ainda no caminho perto de Diamantina observei que a região era muito diferente da minha. Sou de Ouro Preto, onde as minas de ouro furaram todo o subsolo, deixando suas marcas até hoje. Porém, aqui era diferente. Nada de minas, nada de buraco. Somente montanhas de rochas nuas com seus arbustos resistentes ao tempo.
Em Diamantina a mesma coisa, nada de mina de diamante. A cidade está plantada em cima da rocha e, do seu centro, pode-se avistar a Serra do Galheiro que muito embeleza a paisagem. Passados uns dias que tirei para pintar um quadro, bateu a curiosidade de aventureiros e fui conhecer uma extração de diamantes num povoado depois de Mendanha. A paisagem é linda, típica, rochas nuas e vegetais que saem da pedra, flores raras e belas, às vezes, areia branca com um filete de água límpida. As árvores tortas e vegetais de pouca altura. Depois de muito andar por uma estrada precária, cheguei a um povoado perdido nesta imensa chapada. Uma praça grande, com uma igreja num dos lados cercada de casas, formando um retângulo. Os pais do nosso guia moravam aí. Pedimos autorização para visitar a mina, e continuamos a viagem até deparar com um rio maravilhoso de águas transparentes com praias de areia branca, num vale de vegetação exuberante.
Era uma antiga fazenda, ainda tem umas cabeças de gado. Numa região que chamamos de tabuleiro, onde o rio corre num plano, existe uma extração de diamantes. Neste dia, ela estava parada, mas podíamos ver o maquinário e, principalmente, as montanhas de cascalhos que se tiram do leito do rio ou das suas margens. Esta mineração é típica da região. Extrai-se o diamante que foi levado por uma lixiviação, e as camadas de sedimentação de areia com cascalho não são muito profundas. Portanto, mais uma vez, nada de mina como as de ouro que conheço.
A teoria da formação de diamantes é que ele é formado de carbono, no centro da terra sob uma temperatura elevada e uma enorme pressão, que depois ele é expelido para a superfície junto com as lavas efervescentes dos vulcões. Em Diamantina as rochas são metamórficas e se teve vulcão nada comprova. A Serra do Espinhaço que atravessa a região de Minas Gerais indo em direção a Bahia, tem as mesmas características, uma constância de quartzito.
As notícias que se contam na região sobre o diamante são interessantes. As pessoas apanhavam os cristais em pedaços na flor da terra. Saíam catando e enchendo os balaios nos lombos dos burros. Como se fossem pés de alface. Só mais tarde começaram as catas nos leitos dos rios. Esta maneira de apanhar diamantes é muito estranha, principalmente, se ele tem a sua formação no interior da terra. Alguma coisa não batia bem. Os estudos geológicos que prevalecem são do séc. XIX, muita coisa mudou, mas as teorias antigas ainda imperam.
Uma coisa é certa, a origem dos diamantes de Diamantina, não é do fundo da terra, e muito menos, fruto de vulcões. Eles chegaram lá, caindo do céu. Uma estrela ou um meteoro entrou na terra e se esparramou em Diamantina e em toda a região. Só assim pode se explicar como aconteceu com este mineral que ficou na superfície da terra, sem uma causa aparente. Se olharmos para os diamantes de Diamantina com um olhar de astrônomo e não de geólogo, fica muito mais clara esta evidência. Para refrescar a memória vou descrever a notícia que saiu no dia 16 de fevereiro de 2004 na “BBC BRASIL.com”
“Astrônomos descobriram que cintila no céu uma estrela feita de diamantes, com 10 quintilhões de quilates. O diamante cósmico é um corpo de carbono cristalizado, de 1,5 quilômetro de diâmetro, a cerca de 50 anos-luz de distância da terra, na constelação de Centaurus. Ele seria o núcleo comprimido de uma velha estrela que um dia brilhou tanto quanto o nosso sol, mas depois apagou-se e encolheu.
Os astrônomos decidiram batizar a estrela de Lucy, em homenagem à música dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds.
Tecnicamente conhecida como BPM 37093, a estrela é uma anã branca cristalizada.Uma anã branca de núcleo de uma estrela morta, a sobra depois que o combustível nuclear dela é utilizado. A anã gigante não é apenas radiante, mas também soa como se fosse um gongo gigante, emitindo pulsações constantes. Diz o astrônomo Travis Metcalfe do Centro para Astrofísicas de Harvard-Smithsonian, que comandou as pesquisas.”
Por que não? Os diamantes de Diamantina têm sua origem numa estrela anã que caiu na terra e se espatifou espalhando diamante por toda a região. É muito mais provável que a teoria dos vulcões. Com a descoberta da estrela BPM 37093 fica muito evidente que o universo se mostra muito diferente do que se propôs a geologia, que está muito mais próxima da Bíblia para explicar a formação da terra. O universo é incomensuravelmente desconhecido. Por isso um pingo é mais que uma letra e, muita coisa pode nos dizer. Se o diamante de Diamantina e região era um mistério, fica claro ser ele uma estrela anã que caiu na terra no período que se pode ainda caracterizar com as evidências das sedimentações das rochas que compõem as margens dos rios.
E vou mais além, se pegarmos o mapa-mundi, olharmos a localização de Diamantina e seguir a sua linha paralela, vamos ter na mesma latitude sul, entre 10 e 20 graus, a região africana onde são encontrados os diamantes. Estes são extraídos em buracos muna região de sedimentação, diferente de Diamantina, porque o solo, sendo mais macio, os fez afundar. E seguindo a mesma linha paralela, vamos chegar em Kimberley na Austrália onde também se encontram os diamantes. Portanto, seguindo o meu raciocínio, uma estrela anã do tipo a BPM 37093 chocou com a terra neste paralelo e foi despejando diamantes, enquanto a terra fazia o movimento de rotação.
Pode ser que encontremos diamantes em outras partes do Planeta que tenham origem vulcânica, como também podem existir em outros locais, diamantes extra terrenos.
14 de junho de 2005